quinta-feira, dezembro 30, 2004

"Gosto de ti"

“Gosto de ti”, disse-te olhando para os teus verdes olhos. Disse-o como não houvesse mais nada para dizer. Disse-te como tivesse um deserto na minha boca e aquelas palavras fossem a minha salvação.
Senti receio. Receio das tuas palavras, da tua reacção. Misteriosamente, respondes-me: “eu também” e o meu coração fugiu a 1000 km/h.
Corri, cansei-me para encontrá-lo de novo. Encontrei-o, finalmente. Estava contigo e estava bem. Perguntaste-me se o queria de volta… não sabia… sabia que ele estava bem entregue, mas precisava dele um pouco. Precisava 2% dele… Nem questionaste… e…beijaste-me.
Beijaste-me e tudo parou. Os carros, as pessoas, tudo parou. Deixaste-me permanecer neste meu sonho. Roubaste o meu coração e não me interessa… nada interessa. Estou bem assim, não quero ser rica nem pobre. Não quero nada. Só te quero a ti, és o mais importante. És o que me dá calma e amor ao mesmo tempo.
Esgotou-se. O tempo esgotou-se. O NOSSO tempo esgotou-se. Ele chegou e partiria muito brevemente e eu…eu tinha de ir, já se fazia tarde e o autocarro não esperaria por mim. Fui e insultei com todos os palavrões o tempo. Tempo traiçoeiro, mas verdadeiro e lento quando quer. E lento foi, durante a noite e a manhã, mas rápido foi quando a tarde crescia, quando tu e só tu, apareceste. Apareceste com um brilho especial nos olhos e um sorriso radiante nos lábios, com os quais me cumprimentaste. Com os quais me mostraste a verdade nua e a nossa realidade, pois antes, tudo isto parecia um sonho profundo e brilhante, um sonho meu numa noite de lua cheia.
E agora, com um simples beijo atrás de muitos outros, deixarás viver e crescer o que sinto por ti.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Calma impaciente

E a calma torna-se impaciente a cada minuto que passa, a cada minuto que estou contigo.
Calma, sei que temos de ir com calma para nenhum de nós se magoar. Mas a vontade de te abraçar e de te beijar é tão grande, que nem sei como aguento. Então quando agarras a minha mão ou quando deixas tudo para estares comigo, parece que são momentos que me apetece desfalecer, esquecer a calma e dar vida ao impluso.
Não posso. Não devo. Mentalizo-me. Também, porque falta-me a chamada coragem.
Quem espera, desespera, mas também, quem espera sempre alcança.
Desespero? Alcanço?
Talvez ambos.
Mas no fundo, tenho receio. Tenho medo de te perder.
Afinal, qual é a rapariga que não olha para ti?
Tens tudo, lindo... Tudo... Até agora só te aponto um defeito, que também é um dos meus, és teimoso. Quem é que não sonha com uma pessoa como tu? Diz-me... Certamente, ninguém.
Olhar-te todos os dias para os teus olhos verdes que sobressaem com o tom mulato da tua pele, é uma alegria tão grande que nem as palavras chegam para a descrever.
Enfim... isto tudo para dizer que a minha calma está impaciente...

domingo, dezembro 05, 2004

No divagar da mente

E agora, o que se passa?
Sinto-me bem… Uma certa felicidade… Mas vinda donde? Vinda do coração? Vinda dos amigos? Pergunto-me sem obter quaisquer respostas. Será sempre assim? Afinal, “depois da tempestade, bem a bonança”. Sempre acreditei neste ditado, fiz e faço dele um lema, uma conduta da vida.
Chorei, sangrei, quase auto-destruí-me…e agora terei uma pausa nisso? Ou um fim? Merecerei tal felicidade? Pois, há tanto sofrimento espalhado pelo mundo…Cancro, sida, guerra, fome… Pessoas que se calhar nunca sentiram a felicidade, e eu estou aqui com insignificâncias… Afinal, tenho um tecto para viver, tenho comida na mesa, sou saudável. E cá estou eu com coisinhas de nada, só porque sinto um vazio.
Ah! Um vazio… Um vazio vindo do coração… Mas o que falta? Amor… Amor… Amor…
Amor... mas os amigos e família? Sempre…esses terão sempre um espaço no meu pequenino grande coração, pois, sem eles, quem seria eu? Como seria eu sem eles? Amo-os, venero-os. Contudo, o amor do sexo oposto, sentir que amo alguém que me ame… sim, isso é o meu vazio.
Que mania de controlar tudo! Como é possível “ter o dom” de controlar certos sentimentos? Enerva-me, mas dá-me, também, uma certa a vontade de não me apaixonar descaradamente e sofrer. Acho que fui aprendendo durante situações da vida que mo permitissem.
Alto! Será o fim do controlo?
Os teus olhos dizem que sim. Os meus dizem que sim, mas com calma. Preciso de te ver… preciso de estar sozinha contigo, como no outro dia… como tivesse sido assim tão distante esse dia…FOI MESMO À MOMENTOS… 24 horas… mas o que são 24 horas? Um dia? Um dia de felicidade? Um dia de saudade? Um dia de quê?
Sabes, às vezes questiono-me porque motivo me questiono tantas vezes. Questiono-me sobre ti, sobre a tua transparência, sobre a forma que me deixas entrar em ti e ver o que sentes, ou metade disso. Mas acima de tudo, questiono-me sobre o futuro. Serás tu o meu futuro? Será o meu futuro lutar? Ou será mesmo, o medo?
Medo? Que medo? Ora bem, medo de não amar, talvez. Afinal, quem tira o amor do Ser Humano, tira tudo. Mas será que o Ser Humano pode nascer sem essa necessidade? Hum.. O amor é uma necessidade? Necessidade porquê?
Confusa? Muito… Quem tudo quer, tudo perde. Bem, eu não quero tudo, portanto porquê perder? Apenas, quero sentir-te. Sentir-te até à exaustão. Ver-te sem ter que te olhar. Será isso querer tudo? Perderei?